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Telefonema do Observador para a linha de apoio às primárias do PS:
OBS – Bom dia. Olhe, estava a ligar por causa disto das primárias. Como é que posso fazer para ser apoiante?
PS – Para simpatizante, é isso?
OBS – Pois… isso. O que é que eu preciso?
PS – Para se inscrever como simpatizante poderá fazê-lo presencialmente ou online.
OBS – Presencialmente onde?
PS – Em qualquer uma das estruturas do partido.
OBS – Ah, está bem, vou ter de fazer isso. Então e diga-me lá: preciso de levar alguma coisa?
PS – Só precisa de se fazer acompanhar do Cartão do Cidadão ou do Bilhete de Identidade.
OBS – Só isso? Estou aqui com um problema. É que fui eleita para a assembleia municipal pelo PSD, mas queria ser apoiante na mesma…
PS – Não pode ser militante do PSD para se inscrever.
OBS – Ah, não, mas eu não sou militante. Fui eleita como independente.
PS – Bem, isso assim é diferente, mas tem de saber que mesmo como independente tem de assinar uma declaração em como concorda com os princípios do PS e em como não é militante de outro partido. O seu nome vai constar dos cadernos eleitorais, pelo que se for militante de outro partido será detetado e poderá ser alvo de sanções no seu partido.
OBS – Pois, estou a ver. Se for caso disso, entrego o cartão. Olhe, mais uma pergunta: Eu quero dar dinheiro para a campanha do Seguro, mas só mesmo para a do Seguro, mando para quem?
PS – Não tenho conhecimento que possam ser feitos donativos. Não sou a pessoa indicada para lhe responder sobre isso, mas acho que não se pode dar dinheiro para as eleições primárias, não creio que se possa aceitar.
OBS – Mas eu queria mesmo dar, mas só para o Seguro…
PS – Para que alguém lhe possa responder, é melhor colocar essa questão por carta para o PS. É a primeira vez que me fazem essa pergunta, não lhe podemos responder sobre isso, mas acho que não é permitido por lei.
OBS – Se calhar tenho mesmo de mandar a carta…
PS – Agradecemos muito que queira colaborar, mas como simpatizante já está a colaborar.
OBS – Pois. Obrigada, bom dia.
PS – Obrigada.
Histórias de amor há muitas, algumas paranóicas, outras possessivas e outras loucamente cegas. Conhecem aquelas em que a mulher (digo mulher como poderia dizer homem) sofre de violência doméstica ou teve conhecimento de um crime horrendo praticado pelo marido e, em ambas as hipóteses, até o denuncia, censura e incrimina em todos os círculos sociais, mas lá no fundo continua cegamente apaixonada por aquele homem? Esta é a história de José Sócrates e os militantes do PS nos últimos anos.
Desde os últimos tempos de José Sócrates no governo que elogiar a sua governação ou elogiar a sua pessoa eram atitudes censuradas socialmente, ninguém queria dar o corpo às balas pelos governos que nos fizeram bater no fundo. Até os socialistas, sim os simpatizantes e militantes do Partido Socialista, à excepção de um ou dois corajosos, queriam apagar esses anos do histórico do PS em Portugal. Mas, se analisássemos com atenção e alguma perspicácia perceberíamos que essa esmagadora maioria de socialistas que, temendo aquela que era a opinião geral da sociedade, criticavam a governação socrática, lá no fundo tinham um brilho no olhar quando falavam do mentor Sócrates. E o tempo tudo cura, até as feridas de amor. E, pelas mãos do António Cupido Costa, essas apaixonadas (não digo virgens, porque já tinham sido desvirginadas por Mário Soares nos anos 80) voltaram agora, depois de três anos a chorar às escondidas, a estar à vontade para demonstrar publicamente o seu amor e afecto ao seu deus José Sócrates (pode ser deus grego, não pela sua fisionomia, mas sim pelo empenho que demonstrou ao querer colocar-nos à imagem da Grécia contemporânea).
Agora sem figuras de estilo à mistura, é assustador, perigoso e, acima de tudo, triste perceber que à custa da guerra interna do PS, se revelou a esmagadora maioria de socialistas (que apoiam ferozmente António Costa) que se revêem nas políticas de José Sócrates, e que vêm em Costa o novo timoneiro destas. Não entender que em seis anos duplicamos o valor de dívida pública contraída em quarenta anos, que esbanjamos dinheiro na Parque Escolar, nas inúmeras PPP’s desnecessárias e ruinosas, nas grandes e inúteis obras públicas, que irresponsavelmente aumentamos a função pública em ano de eleições, alargamos prestações sociais sem critério, que enterramos recursos num programa de qualificação e certificação de competências para “Bruxelas ver”, e tantos outros exemplos que todos conhecemos… É cegueira! É óbvio que nem tudo foi mau, o Simplex trouxe mais valias, a reforma da justiça não foi das piores, nem a aposta em energias renováveis foi descabida… Mas mal de nós, portugueses, se em seis anos, depois de destruídas as finanças do país, não houvesse algo de bom a tirar do que foi feito. Sendo que importa analisar o “bolo” no global e, após essa avaliação, percebemos que nada justificou os erros, a má gestão, a falta de respeito pelos portugueses, a hipoteca das gerações futuras, a quase extrema-unção dada ao país, nada justificou, nada!
Ver que dezenas de milhares de portugueses rejubilam hoje por verem que António Costa poderá voltar a fazer renascer as políticas prosseguidas por Sócrates (do qual chegou a ser braço direito), deixa-me desiludido com este povo, deixa-me triste por concluir que nada perceberam do que se passou e, deixa-me muito, muitíssimo, preocupado com o meu futuro e o futuro das novas gerações.
Não sabia que a carteira de jornalista vinha com livre trânsito automático.
Na zona de Leiria também havia um GNR que usava o distintivo para entrar na discoteca sem pagar.
Como em toda a função pública, na Câmara Municipal de Almada, há cortes salariais, alterações no plano dos subsídios e nos feriados.
Mas não se preocupem, há relógios de 650€ para os mais leais. Basta ter um cartão de militante do PCP e 25 anos de casa.
A maioria das escolas tem um ensino pouco exigente, as notas internas compensam as notas dos exames. E depois aparece uma minoria, que se orgulha de estar nos primeiros lugares do ranking das escolas, como a minha ( Secundária do Restelo ). Estudamos a sério, chegamos aos testes um 14, e os burros das outras escolas têm 18 e nem se esforçam.
Na minha escola as notas internas e as notas dos exames têm uma discrepância gigante. Para que é que serve chegar ao exame e ter um notão se não se consegue acompanhar o ritmo no resto do tempo? Reshuffle na educação!!
(Fiz hoje o ultimo teste do 12º ano!! Dextram's baby is almost free!)
Costa afirma que não sabia da criação dos grupos de apoio no facebook e no twitter. Uma agradável surpresa, portanto.
Pedro Passos Coelho também só ficou a saber quem era Miguel Relvas depois de ganhar as legislativas.
As eleições europeias estão aí à porta, mas parece-me que grande parte dos portugueses ainda não deram conta disso, como denotam as frequentes questões: “Eleições? Outra vez? Para quê? Quando?”. A campanha que está a ser feita também não ajuda. Estas eleições têm sido aproveitadas por todos os partidos da oposição, como eleições-esgoto, onde qualquer tema cabe, quanto mais demagógico tanto melhor e, se não tiver nada a ver com a Europa, não faz mal, o que importa é atirar areia para os olhos dos portugueses. Os partidos do governo ainda se esforçam por explicar as vantagens da UE e o que ainda falta fazer pelo projecto europeu, porém esses temas são considerados enfadonhos pela nossa comunicação social, não tendo direito a tempo de antena.
A decisão final e realmente fulcral para o futuro da Europa à qual estas eleições vão responder, é qual o partido europeu que sairá vencedor das mesmas, Partido Popular Europeu (PPE) ou Partido Socialista Europeu (PSE). O partido ganhador determinará a política europeia dos próximos 5 anos e hoje deveríamos estar a discutir o que propõem estes dois grandes partidos e o que os distingue na visão que têm para a UE (diga-se, que nos tempos conturbados que a Europa tem vindo a atravessar, nunca se chegou bem a perceber o que propunha o PSE, de diferente do que foi feito, para a saída da crise). O projecto europeu defendido pelo PPE e pelo PSE deveria ser o tema central desta campanha, porque isso sim determinará o futuro da UE e dos cidadãos europeus nos próximos anos.
Pese embora, esta campanha estar a ser uma farsa e de nada servir para o esclarecimento dos portugueses sobre as questões europeias, a verdade nua e crua é que num cenário em que o projecto europeu estivesse no cerne do debate, a esmagadora maioria dos cidadãos continuaria desinteressada, e como tal não iria às urnas, tal qual o que acontece agora. E a resposta à razão de ser deste desligamento das pessoas das eleições europeias, é simples: as pessoas não vão às urnas para eleger deputados.
Todos sabemos que as eleições legislativas traduzem-se na eleições de deputados à Assembleia da República, sendo o partido mais votado convidado, pelo Presidente da República, a formar governo. Em bom rigor, o Primeiro – Ministro não tem de ser o líder do partido mais votado, ou pode até nem tem ser membro de um partido. Porém, nas eleições legislativas os cidadãos vão às urnas “eleger o Primeiro – Ministro”, quando tal figura eleitoral não existe na nossa lei fundamental, existe sim a eleição dos deputados por círculos eleitorais. Escusado será dizer que a maioria da população não faz ideia de quem são os deputados do seu distrito, nem sabe que ao votar está a votar nessas pessoas e não no futuro Primeiro – Ministro.
Ao nível autárquico esta realidade repete-se, os cidadãos vão às urnas para eleger “o Presidente de Câmara”, preenchendo por acréscimo o boletim de voto da Assembleia Municipal por terem a ideia de que “é lá também para a câmara”, ou porque o primeiro candidato à Assembleia Municipal até ajuda pela sua notoriedade. Naturalmente que a maioria dos cidadãos não ligam aos candidatos a deputados da Assembleia Municipal. Isto repete-se nas Freguesias, nas Associações e nas mais variadas eleições que tenham por base a eleição de membros para um órgão deliberativo, consultivo ou representativo e não para um órgão directivo/executivo.
Posto isto, passadas as primeiras “edições” de eleições europeias, que traziam consigo o factor novidade, enquanto a eleição para o parlamento europeu revestir a forma actual, o afastamento dos cidadãos crescerá inevitavelmente de eleição em eleição. Tudo isto, para terminar com uma sugestão de alteração ao Tratado da União Europeia, que a meu ver conduziria a uma maior afluência às urnas nas eleições europeias. Os cidadãos continuam a votar em listas candidatas ao Parlamento Europeu, como acontece no presente, contudo o cabeça – de – lista da lista mais votada em cada país seria o comissário desse país na Comissão Europeia. Vejamos: ganha em Portugal o PSD/CDS o comissário português passa a ser o Rangel, ganha o PS o comissário será o Assis, continuando os restantes elementos das listas a integrarem o Parlamento Europeu. Poderíamos também equacionar este modelo com uma ligeira alteração (apesar de eu preferir o anterior), o comissário de cada país será o cabeça – de – lista do partido nacional integrado no partido vencedor a nível europeu. Confuso? Vejamos: ganha em Portugal o PSD/CDS mas nível europeu ganha o PSE, aí o comissário será o Assis, e vice-versa.
Com a introdução desta mudança na génese das eleições europeias, os cidadãos teriam um interesse redobrado em ir às urnas eleger aquele que “representará Portugal no governo europeu”, a Comissão Europeia, aquele que será o “ministro português no governo da Europa”. Porque os cidadãos não se sentem motivados a ir votar em órgãos deliberativos/representativos, compostos por deputados, gostam sim de votar em quem decide e executa no imediato.
Não sei se costumam ir sair para os mesmos sitios que eu..
Mas a verdade é que se está a tornar cada vez mais recorrente encontrar figuras conhecidas da vida politica na noite. Ir mandar um Xafarix ainda se admite... Mas Urban senhores deputados??
Decidi tornar o meu feriado rentável e ir jogar ténis. Entrei no autocarro e 2 senhoras de idade com os seus cravos na lapela acusaram-me de ser adepta de ''desportos burgueses'' , ''dos meninos de bem''.
A malta em geral excita-se demasiado com este feriado, mas os idosos (só para não dizer velhos) abusam, e acham-se no direito de dizer tudo o que lhes apetece.
Parece-me o dia ideal para falar sobre o que é o respeito!
Lembro-me bem do 25 de Abril de 1974. Tinha acabado de comprar um iPad, mas como não havia liberdade, não consegui fazer o update do iOS. Não havia internet. Não dava para sacar séries. Um drama!
Mas depois cantaram-se umas musicas, largaram-se uns cravos e ficou tudo bem. O Otelo até compou um iPhone para usar o Skipe e falar com a filha que estava a fazer Erasmus no Brasil. E agora toda a gente pode vir ao facebook dizer mal de quem quiser sem correr o risco de ser enviado para Caxias.
Os comunistas pensam que o 25 de Abril é deles, mas estão errados.
Viva a liberdade!
Porque é que os livros de preparação para os exames só têm matéria do 12º ano se este ano os exames também têm matéria de 11º?
#ProblemasDoBebéDoDextram
Se o termo “birra” costuma ser usado para transmitir a teimosia ou a embirração das crianças em relação a algo, na grande maioria das vezes por mero desporto e sem motivos plausíveis, o que é normal nos mais novos, parece que nos últimos dias foi diagnosticada a birra também na 3ª idade. Tendo em conta que os casos diagnosticados se referem todos aos intitulados capitães de Abril, esta nova variante da birra passou a ser designada, como “a birra dos capitães”.
E trata-se disso mesmo de uma birra. Uma birra e uma confusão. Uma confusão dos que se dizem pais da liberdade e mostram agora não entender a plenitude do termo liberdade e os efeitos que decorrem dessa mesma liberdade, conquistada por eles. Com a liberdade conquistada em 25 de Abril de 1974, que veio permitir a implementação de uma democracia, os portugueses conquistaram um sistema multi-partidário, deixando para trás os tempos do partido único e entrando definitivamente num período de pluralidade democrática. Os partidos, esses, têm assento na Assembleia da República, órgão que é o legítimo representante de todos os portugueses.
Faz sentido que numa democracia, com vários partidos, alguns dos quais com assento na Assembleia da República, para onde são eleitos por sufrágio directo e universal os deputados, sejam esses grupos partidários os únicos, legitimados pelo poder do voto, a intervir em sessões solenes de evocação de dias marcantes da história nacional. Não colocando em causa os valores e a missão preconizada pela Associação 25 de Abril, a mesma estatutariamente não passa de mais uma pessoa colectiva sem fins lucrativos, entre centenas de milhares existentes em Portugal.
Se a Associação 25 de Abril se assume como “proprietária” dos valores de Abril, entendendo assim que deveria intervir nas comemorações, na hipótese de se abrir esse precedente, não faltaria quem por ocasião do Dia de Portugal ou do 5 de Outubro se assumisse com interveniente natural e imprescindível em tais comemorações. Pouco importa se no passado os capitães já intervieram nas comemorações (suponho que não, sem certezas), o que releva é que há 40 anos lutaram pela liberdade, a liberdade que trouxe a democracia, a democracia que não se faz sem partidos, e agora, quando já não lhes convém, põem em causa a legitimidade dos partidos, pondo assim em causa a legitimidade da democracia e da liberdade, que tanto apregoam. Ao não comparecerem nas comemorações em virtude do órgão representante do povo assim o ter decidido, estão a reflectir a tolerância que têm pelas opiniões e decisões contrárias à sua vontade/birra. “Faz o que eu digo, não faças o que eu faço”.
Se todos nos lembramos da célebre frase de António Guterres, quando questionado pelos jornalistas, e após largos segundos a hesitar e a gaguejar, vociferando uns números para o ar, do "é só fazer as contas", essa expressão retrata bem o alheamento e a quase aversão da esquerda portuguesa à ciência exacta que é a matemática. Se também sentimos hoje na pele o alheamento de alguns pelos limites impostos pelo PEC (de Pacto de Estabilidade e Crescimento e não de Programa de Estabilidade e Crescimento, já que são coisas distintas), os 3% do PIB de limite ao défice e os 60% do PIB de limite à dívida pública, convém relembrar que este último foi ultrapassado pela primeira vez por António Guterres. Se este foi o responsável pelo pecado original, metáfora de Paulo Rangel, já José Sócrates foi responsável pelo pecado capital, expressão também de Rangel, com a total violação, aldrabice e consequente galopada dos números do défice e da dívida. É óbvio que os governos de direita também deram a sua ajudinha, mas em proporções muito menores. Daqui se conclui que a esquerda portuguesa não se dá muito bem com números.
Porém, quanto mais à esquerda pior a desconsideração e a confusão com os algarismos. Quanto pior o desplante. Por estes dias a eurodeputada Marisa Matias, eleita pelo Bloco de Esquerda, fez questão de chamar, de forma indirecta, burros e ignorantes aos portugueses, mentindo descaradamente acerca de números. Ou então, retratou o seu conhecimento sobre matérias europeias e sobre aquilo de que fala… E, se assim foi, fico preocupado, e muito, com a qualidade de quem nos representa em Bruxelas e Estrasburgo. Marisa Matias afirmou no passado dia 4, na edição da noite da Sic Notícias, que nenhum país europeu cumpre com o limite de 60% do PIB ao endividamento… Ora, pelo menos 12 país ficaram bem abaixo desse valor no ano de 2012… Disse ainda, a eurodeputada, que também nenhum país cumpria com o limite dos 3% ao défice… Ora, pelo menos 13 países cumpriram esse limite em 2012.
Seria bom Marisa Matias ter umas aulas no ISEG com o passado, futuro e eterno líder do Bloco de Esquerda, Franscisco Louça, um economista de referência no meio académico. Mas teriam de ser aulas em meio académico, onde Louça é bom com os números, porque no campo da política sofrerá também de alguma dislexia numérica, que como já vimos caracteriza os camaradas de Portugal.